sábado, 27 de maio de 2017

Dos meus heróis



Há pessoas que estão sempre a afiar as garras e que julgam que a melhor defesa é (sempre) o ataque. Bater antes de ser batido. Marcar desde logo território e partir para o combate numa posição de vantagem. Deixar o adversário knock out sem que ele tenha, sequer, a possibilidade de esboçar um gesto de defesa.

É a politíca da "terra queimada", no que às relações pessoais respeita.

As guerras sempre começaram por ser pequenas escaramuças que degeneraram numa escalada sem fim à vista. Não são mais do que uma representação superlativada dos conflitos interpessoais.

Neste mundo egótico em que a regra maior é sobreviver, ter outro comportamento pode, muitas vezes, levar-nos à auto-aniquilação, ou à morte consentida. Ser bom, ter um comportamento altruista, implica aceitar à partida a ideia de perda, de sofrimento e possuir uma capacidade infinita para amortizar injustiças. É dar sem esperar retorno. É aceitar o sacrifício. É conseguir ser o melhor Ser do mundo e arvorar-se da qualidade maior que é a bondade. É mais fácil ser culto, interessante, esteta, filósofo, ensaista, poeta, diseur, whatever, do que ser genuinamente bom.

Essas boas pessoas são as melhores do mundo e são as únicas que invejo e mais admiro.

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