domingo, 10 de dezembro de 2017

Maconha



O Bloco de Esquerda quer aproveitar a nova maioria no Parlamento para conseguir legalizar a produção, distribuição e venda de cannabis para fins terapêuticos e para consumo recreativo. Deixando de lado as hipocrisias, todos sabemos que o álcool e o tabaco são igualmente substâncias com enormes risos para a saúde e o seu consumo é legal e comercializado.

Se querer entrar em querelas ou tomadas de posição a favor ou contra o consumo autorizado de maconha para fins não medicinais - eu sou completamente insuspeito, pois não bebo há 20 anos, não fumo há 17 anos, nem consumo drogas recreativas -, não consigo imaginar um único argumento para que a proibição da sua comercialização exista.

Um adulto que queira beber uma garrafa de whisky diária e fumar dois maços de tabaco por dia, tem os produtos à sua disposição para o fazer. No entanto, sabe que o cancro, a cirrose hepática e outras doenças, estão intimamente associadas ao consumo destas duas substâncias. Sabe também que o consumo de uma substância aditiva, é o gérmen para a despersonalização do indivíduo e para uma eventual conflitualidade familiar e desajustamento social.

A informação sobre os malefícios do consumo a longo prazo de cannabis é de todos conhecida: cancro do pulmão, indução de psicoses graves (em indivíduos com pré-disposição) , patologias cardíacas, perda da memória e da concentração, despersonalização, demência e favorecimento de outras doenças neurológicas, entre outras.

Estando disponível toda a informação sobre os malefícios associados ao consumo reiterado da maconha, porquê então proibir e reprimir o seu consumo, se com a sua permissão se evitariam muitos crimes associados ao tráfico?

A opção de consumir ou não consumir deveria pertencer ao arbítrio do adulto avisado, tal como o consumo abusivo do álcool e do tabaco, substâncias que geram lucros absurdos em impostos para o Estado, numa hipocrisia intolerável.

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