sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Absoluto





Há muitas caixas
de muitos tamanhos
e muitas cores.
Estão fechadas
contêm mistérios.
 

Estão sobre a erva,
sobre os mares e rios,
sobre a terra,
sobre as areias.

Fui em busca
daquelas caixas
que contêm mistérios.
Tive uma e outra
nas mãos,
porém, nunca pude abri-las.

No final, senti a morte
recostei-me sobre a erva
vi muitas caixas
que continham mistérios.
Estavam fechadas.

Vi o céu, os mares
os rios
e toquei a erva.
Era verde e húmida
e senti-me terra
erva, mar e céu.

Vi espaços de luz
ouvi a música
da claridade,
senti os amanheceres
a paz do brilho da manhã,
a vida palpitando.

E fui uma luz clara
uma nova luz.

E senti o meu amor
por ti!
E converti-me em água
transbordada.

A terra abria-se
à minha passagem,
banhei infinitos amanheceres
e não me detive.

E a luz sempre brilhou
e houve um novo amanhecer,
todo envolto
por aquela cortina de veludo anil
de onde eu te enviava beijos
num adeus de tules.

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