quarta-feira, 28 de setembro de 2022
Efeméride - Como é que o teu pai se chama? Importas-te de repetir?
terça-feira, 27 de setembro de 2022
Guerra e Paz
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quinta-feira, 22 de setembro de 2022
Sapatos pontudos, joanetes & avó Quina
Um destes dias, navegando pelo Youtube, deparei-me com uma série deliciosa sobre curiosidades históricas. Gravei na box e acabei por ver, em dois dias consecutivos, todos os 10 episódios. Os aspetos mais recônditos da História, as bisbilhotices, bizarrias e escândalos, foram sempre objeto de muita curiosidade. De uma forma geral, o estudo histórico da economia e das transformações geográficas e políticas, nunca teve tantos adeptos como os seguidores das narrativas sobre as pilhérias e as singularidades existentes no tecido social ao longo da nossa existência.
domingo, 18 de setembro de 2022
A epístola que encontrei escrita no rasto de uma estrela cadente
Peço à luz que me guarde e mantenha fora do alcance das sombras, pois sempre que me entrego às memórias das nossas imagens juntos a minha pulsação abranda. Já quase não escuto o bater do meu coração. Talvez que um dia tudo se desmorone, mas se eu for capaz de continuar a contemplar a beleza e a viver na esperança do amor, não sucumbirei, pois são elas as únicas justificações irrefutáveis do ser.
Planos de viagem
quinta-feira, 15 de setembro de 2022
Tão longe quanto possível
Partir, ainda que provisoriamente, mudar de lugar, abandonar um casulo de feridas que não saram e nos doem em permanência, é quase sempre a solução de recurso mais expedita que nos ocorre quando queremos, de algum modo, nos compensar por uma perda ou um desgosto recente. Viajar afigura-se-nos então como a solução universal, com provas dadas em todos os momentos históricos: a tal mezinha, solução mágica, com propriedades profiláticas e curativas, capaz de florear a infelicidade, o luto incontornável, o premente arejamento de ideias, o ajustamento de que carecemos para nos restabelecermos e retomarmos o equilíbrio anterior – ainda que, também ele, fosse precário, mas era-nos familiar; enfim, tudo o que possamos fazer para retornar ao modelo que nos fazia viver mais consentâneos com a nossa forma estrutural de ser, e que por um período mais ou menos longo, em nome de uma busca de felicidade, nos criou a ilusão de conseguirmos trilhar caminhos para nós inóspitos e inconciliáveis, desconcertando-nos com o húmus da nossa menos abdicável forma de viver a nossa própria existência; mas chega o momento em tudo claudica perante as evidências.
Apenas um pouco de magia e já está!
Onde a terra acaba e o mar começa
Encontro sempre na pitoresca São Pedro de Moel uma das praias mais fantásticas de Portugal, abrigada numa concha de casario cheio de bom gosto e de ar aristocrático. E num dos meus passeios, na réstia de um final de tarde, apeteceu-me absorver a maresia e perder o olhar na imensidão do mar azul profundo.
Junto ao recorte inconfundível do Farol da Saudade, rodeado pela infinidade das praias desertas, do vento que soprava forte, pensei no poeta e imaginei-o com o olhar pousado na gaze transparente das nuvens e nas fagulhas argênteas que saltitavam da crista das ondas.
Afonso Lopes Vieira, há muitos anos atrás, foi o homem que mais amou este Éden sagrado onde a saudade agora me fez voltar. É um lugar onde se pode morrer à vontade, com os olhos postos nas últimas glórias do sol-posto, acompanhado pelos clarões rosados que esmaecem no horizonte, não conseguindo resistir à opressão vitoriosa da noite que rapidamente chega...
São Pedro de Moel
O amor verdadeiro
Se existe um fenómeno evidente, trivial, sempre idêntico e de tal natureza que a respeito dele é impossível estarmos enganados, é o amor maternal. É tão impossível imaginar uma mãe destituída de amor maternal como a luz sem calor, como um sol frio, que não seja no sentido da antítese poética. O amor relacional é um esboço desse amor verdadeiro e incondicional.
Barreiro, 2007
Das ilusões.
As ilusões são talvez tão inumeráveis como as relações dos homens entre si, ou dos homens com as coisas. E quando a ilusão desaparece, quer dizer, quando nós vemos o ser ou o facto tal como ele existe fora de nós, experimentamos um sentimento bizarro, complicado em metade pelas saudades do «fantasma» desaparecido, em metade pela surpresa agradável ante o novo, ante os factos reais. E a reposição da clareza e da verdade, muitas vezes, só sucede depois de desnudado o véu bordado de irrealidades que nos impossibilitava de ver com clareza.
The Sound Of Music
"Se bem me lembro"