segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Por mera curiosidade

Curiosidade é o que move o ser humano a querer saber um pouco a mais do que ele já sabe. Somos quase todos curiosos e isso dá um enorme jeito em termos de sobrevivência. Desde pequeninos usamos o que isso tem de inato para conhecermos melhor o mundo que nos rodeia, para aprendermos os sinais de perigo e os de gratificação e também para chamarmos a atenção das pessoas e estabelecermos relações. São sempre os mais curiosos que se interessam por mais e diferentes coisas, que exploram e levam por diante empreitadas e obras que passam ao lado dos que, permanentemente, consideram que o que acontece à sua volta não lhes diz respeito. É bom ser curioso. Mas se uma parte substancial da nossa curiosidade nos ajuda a crescer e nos serve no sentido de sermos mais e melhor, uma outra parece supérflua e até mesquinha. Prende-se a detalhes insignificantes, toma a parte pelo todo e, a partir daí, galopa na construção de histórias improváveis e maledicentes. É essa parte da nossa curiosidade que nos faz calar para escutar a conversa da mesa ao lado entre pessoas que nunca vimos, que nos faz abrandar, quase parar, para ver se do tal acidente resultaram vítimas mortais. Interessamo-nos, disfarçadamente, por aspectos que, juramos a pés juntos, não têm interesse nenhum. Seremos voyeurs? Cuscas? Criaturas infelizes com vidas demasiado triviais para nos comportarmos desta forma horrenda? Frequentemente polarizamos a vida e os acontecimentos em duas categorias simplistas e reducionistas: de um lado os contentinhos bem cheirosos a quem só acontecem coisas boas e, do outro, os desgraçados da sorte enredados em tragédias e cenas tristes. O que é certo é nunca nos contentamos com as partes triviais e desapaixonadas das informações que nos chegam às mãos. Precisamos sempre de apimentar a verdade com algo fascinante e indecoroso; e fazemo-lo, dizemos nós, por mera curiosidade.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Novas leituras

[O pintor Oskar Kokoscka estava tão apaixonado por Alma Mahler que, quando a relação acabou, mandou construir uma boneca, de tamanho real , com todos os pormenores da sua amada. A carta à fabricante de marionetas, que era acompanhada de vários desenhos com indicações para o seu fabrico, incluía quais as rugas da pele que ele achava imprescindíveis. Kokoschka, longe de esconder a sua paixão, passeava a boneca pela cidade e levava-a à ópera. Mas um dia, farto dela, partiu-lhe uma garrafa de vinho na cabeça e a boneca foi para o lixo...]  In Posfácio. Edições Quetzal.

Como é meu hábito desde criança, gosto de ler vários livros ao mesmo tempo. Com este frio cortante, torna-se desagradável andar na rua e o tempo convida ao recato do lar e, naturalmente, à leitura. Comecei o ano com a descoberta de alguns autores portugueses cuja escrita desconhecia. Fiquei agradavelmente surpreendido com a inventiva dos novos escritores que, apesar da sua juventude, revelam bastantes qualidades literárias. Refiro-me, por exemplo, a Afonso Cruz e ao seu mais recente livro,  'A Boneca de Kokoschka', que é uma narrativa pungente, passada em Dresden, durante um dos maiores bombardeamentos da II Guerra Mundial - uma das obras que ando a ler a par de outras.

Este jovem escritor, nascido na Figueira da Foz, com apenas trinta e nove anos de idade, já conta no seu palmarés com o prestigiado Prémio Camilo Castelo Branco. No seu livro, que estou quase a terminar, o autor usa um estilo de escrita inovador, bastante desenhado, que parece simples a principio,  mas que  se vem a revelar, com o fiar da história, de uma certa complexidade. Há várias histórias que se cruzam e é preciso estar atento para não nos dispersarmos. O livro começa com a morte de um rapaz por um soldado, que cai sobre o pé do parceiro de bola, Isaac. Este, assustado, foge e acaba por se esconder num esconderijo na loja de Bonifaz Vogel, um vendedor de pássaros. Desconhecendo a existência do esconderijo, Bonifaz começa a ouvir uma voz que o aconselha nos negócios, sem nunca questionar a origem dos conselhos. Mais tarde, quando a cidade de Dresden é bombardeada, Bonifaz surpreende-se ao ver Isaac a sair do esconderijo, e fogem juntos. Na fuga encontram uma rapariga, Tsilia, outra sobrevivente do bombardeamento e os três prosseguem juntos. Sem nunca abandonar Bonifaz, que vai degenerando mentalmente, Isaac junta-se a Tsilia. O seu andar ficará sempre marcado pelo arrastar de uma perna, provocado não por uma lesão, mas pelo peso da cabeça do amigo morto pelo soldado alemão. 

Estou quase no final e, confesso, acho o autor completamente original na forma como escreve, talvez por ele ser também músico, ilustrador e realizador publicitário. Creio que será esse mosaico de valências  que contribuem para fazer do Afonso Cruz o escritor ecléctico que é. Gostei bastante do registo da narrativa e da forma suis generis como a história é contada. A nova literatura portuguesa, aliás, não pára de me surpreender, sempre pela positiva, claro.


De-Lovely

sábado, 29 de janeiro de 2011

Quietude

A exuberância de uma flor depois de uma chuvada
É salutar, de vez em quando, lembrar-nos da natureza, sentirmo-nos selvagens, caminhar pelos bosques, respirar fundo, acariciar uma árvore, sentir a textura de uma folha, a exuberância de uma flor, o seu aroma, o cheiro da terra, observar o farfalhar das folhas nos dias de vento, ou a sua imensa quietude. Sinto que tudo isso me transmite paz, uma obediência às leis que a natureza dita. Agora cai a noite. Se ela é sem luar, a sombra das imensas árvores são gigantes assustadores, porém se há lua, as folhas e as flores banham-se na sua luz tornando-se ligeiramente prateadas. A magia do luar faz-se presente em cada uma das folhas que reflecte através das gotas de orvalho a auréola argentina da lua. Mas não é o caso desta noite.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

As Berlengas

As ilhas Berlengas
Com o tempo razoavelmente limpo, desde a Foz do Arelho, consegue-se avistar com facilidade o pequeno arquipélago das Berlengas, situado a cerca de quinze quilómetros a oeste de Peniche. Fazem parte dele, além  da Berlenga Grande e recifes adjacentes, as Estelas e os Farilhões-Forcados. As inúmeras grutas espalhadas pelo granito róseo da ilha são uma das suas maiores atracções, bem como as águas abundantes em peixe, tranquilas e transparentes. Há bastantes anos atrás, a viagem turística era feita somente durante os meses de Verão, numa pequena traineira que cavalgava ondas de quatro e cinco metros de altura. Ainda me lembro de um membro da tripulação, escalado para o efeito, andar sempre com um balde na mão para as pessoas que sentissem vontade de vomitar - e não eram poucas! Mas os tempos são outros e parece que o percurso já se faz numa embarcação de maior porte e com outro nível de estabilidade, o que é pena pois muitos iam às Berlengas só pela adrenalina proporcionada pela pequena viagem em alto mar.

A praia no Inverno

São Pedro de Moel - rastos na areia
São Pedro de Moel - a felicidade canil
A praia durante o Inverno é um lugar inóspito, ventoso, frio, deserto e quase íntimo. Para quem gosta de ir até à costa entre Outubro e Março, só com um livro, um casaco e acesso a música, a temporada está no auge. Há quem se entusiasme com um mar cor de chumbo, com a espuma das ondas atlânticas a morrer na areia e a visão de silhuetas raras ao longe, tudo acompanhado pelo silvo lúgubre das gaivotas que esvoaçam sob a crista das ondas. É um daqueles prazeres para solitários.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A Rua Augusta na Baixa lisboeta

Rua Augusta - Lisboa - algures num dia de Verão

A Rua Augusta, que calcorreei milhares de vezes, provavelmente a rua mais famosa da Baixa de Lisboa, é um autêntico ex-libris da cidade. Começa no famoso arco triunfal, que começou a ser programado após o Terramoto de 1755, mas só em 1873, já em pleno século XIX, viu finalizada a sua construção. A movimentada artéria liga a Praça do Comércio ao  Largo do Rossio e o seu nome homenageia a Augusta figura do rei D. José I, cuja estátua equestre se encontra na Praça do Comércio, vulgo, Terreiro do Paço, de frente para o Tejo. A rua tem uma elevada concentração de comércio, já que em quase toda a sua extensão é ladeada por diversas lojas, muitas delas de grandes marcas internacionais. Desde os finais dos anos oitenta encontra-se fechada ao trânsito e é frequentemente ocupada por artistas de rua, artesãos e vendedores ambulantes; e durante o Verão é lugar de passagem obrigatória para todos os turistas que deambulam pela capital. Morei e trabalhei quase toda a minha vida em Lisboa, ou nos seus arredores, e com a vida agitada que levava, a correria desde que me levantava até que me deitava, nunca arranjei tempo para  conhecer melhor a cidade onde trabalhava todos os dias. Foi preciso vir morar para longe de Lisboa para encontrar tempo para a visitar, o que tenho feito. A nossa vida é um contra relógio constante e a sociedade moderna é escrava do tempo. Ás vezes sobra-nos  algum tempo depois de terminada a jornada de trabalho, mas muitos de nós não se consegue ocupar com coisas singelas e prazenteiras, antes arranja ainda mais tarefas laborais para fazer. Por mim falo.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A Livraria Barateira

A actual Livraria Barateira, fundada em 1914, destino improvável de uma antiga cavalariça senhorial transformada em arrumo de livros, situa-se actualmente na Rua Nova da Trindade, com o Teatro da Trindade por vizinho. O seu nascimento, na verdade, deu-se algures umas travessas abaixo, no Carmo, mas tanto quanto sei o negócio encontra-se nas mãos da mesma família desde o início da sua existência. A Barateira, ainda há poucos anos atrás, fazia parte dos meus percursos obrigatórios pela cidade de Lisboa. Na capital, felizmente, ainda se multiplicam alfarrabistas de visita obrigatória, como é o caso desta célebre  livraria, e não foram poucos os livros que lá comprei, sempre a preços módicos. Guardo, grata, a recordação do cheiro intenso a livros e a tinta, odores que tanto me cativavam. E a fantasia sempre presente de saber que escritores e poetas portugueses famosos, de várias gerações, frequentaram aquele espaço com um fervor  porventura ainda maior do que o meu.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O Eléctrico 28

Lisboa - algures  num dia de Verão
Há em Lisboa um Eléctrico que eu adoro, o célebre 28, que faz o trajecto desde a Estrela até à Graça, com passagem pelas zonas mais pitorescas da cidade. Este tão procurado transporte lisboeta, vem descrito em todos os guias turísticos sobre Lisboa como sendo altamente perigoso, por causa da afluência de carteiristas e ladrões de todo o género que o frequentam. Na verdade, em todas as vezes que  viajei  no percurso entre a Baixa e a zona da Graça, encontrei-o sempre carregado de camones, com máquinas fotográficas e filmadoras a tiracolo, numa pose de total desconcentração. Ou os turistas não lêem os guides com atenção, ou acham que só os outros, nunca eles, podem ser vítimas destes profissionais do gamanço. Da última vez que deambulei por estas bandas, em conversa com a guarda-freio, a mesma confidenciou-me que já os topava à distância, cada vez que entravam discretamente no Eléctrico, geralmente sempre aos pares. Mas à parte a efectiva perigosidade dos assaltos, não deixa de ser estonteante fazer uma viagem neste Eléctrico Chamado Desejo, que tanto cativou Wim Wenders, a ponto de o incluir no seu "Lisbon Story",  com a música omnipresente dos Madredeus como pano de fundo. Subir as ruelas estreitas de Alfama,  num dia  soalheiro de Verão, com o Eléctrico quase a roçar nos estendais das roupas, escutando em cada curva o trim trim constante da campainha, acenando às pessoas que passam,  tudo isto com o sol a  afagar-nos os braços e o rosto, é uma experiência no mínimo delirante.

O prazer

Há momentos em que as palavras não passam de ruídos inúteis e nem merecem ser escritas. Mas é aí que entra o prazer; como por exemplo o prazer de escrever; ainda que seja para dizer quase nada. Há quem pense que existe, de uma forma geral, uma grande simplicidade nos humanos, e que estes orientam o seu funcionamento e o seu esforço para obter prazer a qualquer custo. Prazeres imediatos como aqueles que os sentidos proporcionam: o comer, o beber, o dormir, o ter relações sexuais - todo um conjunto de processos que os sistemas biológicos utilizam para se manterem em homeostasia. Depois, conclui-se  que alguns humanos têm o gosto do detalhe, quando não da complicação. Esses prazeres sensoriais que passam pelo odor, pelo paladar, pelo som, pelo táctil e pelo visual não são necessariamente grandes prazeres em si mesmos. Costumam mesmo rodear-se de rituais complicados que não só acrescentam sentido como parece que, em alguns casos, são o próprio sentido. O prazer é pessoal e intransmissível, e há prazeres que são mais bem vistos do que outros. Mas os melhores prazeres são, sem dúvida, os diferidos, mediados pela capacidade de realização, de controlo e de adiamento, por contraposição aos outros, os instantâneos, que se obtêm com facilidade e se esquecem com rapidez. Felizmente que as fontes e os objectos dos prazeres vão mudando, garantindo a todos uma descoberta permanente daquilo que são, do que realmente gostam e o que lhes dá genuino e descomprometido gozo. O prazer, tal como muitas outras coisas, entra na girândola da vida e vai ganhando novas formas, novos ideais, outras valorações. O prazer é, talvez, a  razão de ser maior da nossa existência - o leit motiv -, isto se o quisermos conotar com a essência da felicidade, o que  não seria de todo desprovido de cabimento.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Da paixão e do amor

Hoje, não sei porquê, apeteceu-me falar da paixão, esse estranho sentimento exacerbado entre duas pessoas, capaz de ultrapassar barreiras sociais, diferenças de formação, idades e géneros. A paixão completamente correspondida causa grandiosa felicidade e satisfação ao apaixonado, pelo contrário qualquer dificuldade para atingir essa plenitude pode trazer grande tristeza, pois o apaixonado só se vê feliz ao conseguir o objecto de sua paixão. A paixão é, por alguns, encarada como uma patologia amorosa, um superlativo fantasioso da realidade sobre o o outro, tendo em vista que o indivíduo apaixonado se funde no outro, ou seja, perde a sua individualidade, que só é resgatada quando na presença do outro. Com o passar do tempo, essa intensidade de fusão vai se esvaindo, tendo em vista que a paixão é uma idealização mítica do outro. Há muito tempo que não sinto paixão; isto é, não estou apaixonado por alguém. Talvez por isso me tenha vindo à ideia escrever sobre este assunto. 

Temos períodos da nossa vida em que o deslumbramento dos namoros, da atracção sexual, da moda, da própria capacidade de perceber imensas abstracções e ficar horas em congeminações sobre o infinito, o sentido da vida, sobre quem se é, de onde se vem e para onde se vai, preenche-nos por completo o pensamento. Deslumbramo-nos depois com relações, com pessoas porque são muito bonitas, muito elegantes, muito inteligentes, muito poderosas, muito qualquer coisa entre o que achamos que queríamos ser e o que queríamos ter. Também nos deslumbramos com o amor, com as coisas que vamos sendo e conseguindo e às vezes ultrapassam as nossas anteriores expectativas, com o mundo que nos rodeia e que em alguns aspectos nos surpreende favoravelmente. Mas à medida que a idade avança, a capacidade de deslumbramento diminui na directa proporção. Penso que deve haver uma arte de amar, para justificar que ao longo dos tempos e de múltiplas formas de expressão o amor seja cantado, louvado, evocado como um sentido central da vida e da existência. Deve haver um jeito particular de alguns para ultrapassarem a emoção do que sentem quando se percebem vinculados a alguém e, a partir disso, construírem poéticas, estéticas e até éticas do ser e do estar. Alguns, onde eu me incluo, parecem destinados a acreditar que a paixão, e o amor que por vezes se lhe segue, tem de ser pungente e cheio. Que a intensidade é melhor, muito melhor, do que a amenidade. Que o amor é mais profundo ou mais verdadeiro quanto mais exuberante e colorido for. Que o amor, erotizado, sacralizado, tingido de ternura imensa, é essencial à vida e cobre os amantes de uma transcendência única. 

Pouco ou muito, ligado a grandes e nobres causas ou a pequenas e insignificantes necessidades, a paixão e o deslumbramento diz de nós mesmos e da nossa necessidade de emoção. Sinto, no que toca à paixão, que resulta mais saboroso pecar por excesso do que por falta, ainda que o equilíbrio seja, para todos nós, apenas uma tendência e não necessariamente o caminho escolhido pelo nosso coração.


sábado, 22 de janeiro de 2011

Um dia friorento para viajar de mota

Hoje fui finalmente buscar a minha mota à oficina. Paguei uma pequena fortuna pela reparação, mas  não quero falar disso. Prefiro esquecer. Acho que é assim que se deve lidar com as coisas negativas: olvidá-las e seguir em frente. Há quase um mês que não andava de mota e essa abstinência para um motociclista é doentia. Receio ter estado à beira de padecer do síndrome da moto-abstinência. E, mesmo com o imenso frio e vento cortante que se fez sentir, apesar do dia solarengo, fiz-me à estrada na direcção de Soure - uma cidade  do distrito de Coimbra com poucos habitantes e nada de interessante para registar. Valeram as curvas do percurso para dar algum ânimo à pequena viagem. Depois, vagueei por Coimbra e finalmente voltei para Leiria. Foram cerca de 180 kms feitos por estradas nacionais demasiado conhecidas, mesmo só para matar o  vício. Fui salvo pela camisola térmica wind shield da Daenese, o cachecol e o passa-montanhas, enfiado na cabeça antes do capacete, caso contrário quem neste início de tarde passasse  na estrada que liga Coimbra a Leiria, veria um motociclista a tremelicar em cima da sua máquina num ritmo frenético. Cheguei a casa rapidamente e só um banho quente me devolveu a temperatura corporal. Mas quem corre por gosto...

Nova casa

É estranho estar a escrever numa casa nova depois de tantos anos a habitar um espaço que já me era familiar. Mudei o nome do blogue, tornei-me anónimo, mas o género de escrita e o autor continuam os mesmos. Tenciono, de resto, fornecer o link do "Picareta Escrevente" aos meus antigos leitores habituais. Quanto aos demais, espero que  um dia me descubram através dos comentários que irei deixando nos blogues por onde passe e também comente. Nunca escrevi com o intuito imediato de ser lido. Faço-o há muitos anos, por necessidade e prazer pessoal. Se a minha escrita for do agrado de alguém, será com enorme prazer que a partilharei com essas pessoas. Este é o meu primeiro post neste novo blogue e ainda há poucos dias escrevi um post de despedida no blogue anterior. Tenciono revisitá-lo amiúde, agora que se encontra em órbita no espaço-tempo, fazendo companhia a tantos outros blogues, entretanto também eles abandonados. Escrever é o que mais me importa. Por ora  será aqui como podia ser noutro lado qualquer. Bem hajam!