quinta-feira, 8 de setembro de 2016

O Milagre das Rosas



Encontrei a última fotografia conhecida de D. Dinis e de Dona Isabel de Aragão, aqui no registo já sua esposa legítima, que, em virtude de atributos milagrosos e de uma bondade extrema, ficou conhecida para a História como a Rainha Santa Isabel.

O que a infanta espanhola não sabia era que o seu futuro esposo, naturalmente porque não lhe disseram ou porque não teve oportunidade de conhecer melhor a besta, o nosso rex portuga, que ficou registado na História com o cognome de Lavrador - dizem as más línguas que mandou plantar o pinhal de Leiria, cuja madeira foi usada na construção de caravelas e embarcações afins com vista aos descobrimentos - gostava mesmo era de "lavrar em seara alheia" e as pinhas e o madeiro eram a menor das suas preocupações.


O epíteto Lavrador (do étimo: aquele que põe a semente) vem dessa sua faceta sui generis e não dos factos que a História malevolamente lhe imputa. Perguntem ao povo de Amor, aqui no concelho de Leiria, porque é que acentuam a silaba tónica na letra A - Ámor e vivem a irremediável e centenária vergonha de morar numa terra palco de inúmeros adultérios reais...

A espanhola era uma mãos largas, dava esmolas a pobres, indigentes, leprosos e a tudo o que era pessoal do RSI. O rei, além de sovina e adúltero, tinha muito mau feitio, bebia em excesso e metia-se na droga, daí lhe ter perguntado numa manhã de inverno o que é que ela levava no regaço - há muito que ele dava pela falta de pão em casa, sobretudo daquele que ele mais gostava, o com sementes variadas - facilmente se encontra no LIDL, que naquela altura ainda não existia.

Certo dia, vendo a rainha sair com um regaço cheio, desconfiado que podia ser o pão de mistura que faltava de manhã para as torradas, ficou desconfiado e perguntou-lhe:

- Que levais aí no regaço?
E ela respondeu-lhe:
- São rosas, meu senhor.

O rei ficou surpreendido e em tom irónico, com aquela entoação pífia que todos lhe conheciam, questionou:
- Rosas em Janeiro?

Ela abriu o regaço e saíram as mais lindas rosas albardeiras.

E foi este episódio que ficou conhecido como o Milagre das Rosas.

Esta é que é a verdadeira história, não aquela que vem nos manuais escolares. Acreditem se puderem.

Mata de São Pedro de Moel
setembro de 2016

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