sábado, 26 de maio de 2012

Voltando às súmulas - em Regueira de Pontes


Excerto de um diálogo travado com esta lindíssima ovelha em Regueira de Pontes - Leiria



- Está tudo tão caro! Mas, se reparares, isso é uma frase feita, um lugar-comum. Dantes, há vinte anos atrás, quando a inflação rondava níveis muito superiores e os juros bancários eram verdadeiramente insuportáveis, é que a vida era mesmo complicada. Lembro-me de receber o ordenado em géneros alimentícios.
- Tu deves estar mesmo a ficar velho. Só falas de coisas antigas!
- Hás-de chegar à minha idade e se tiveres essa sorte é porque a vida te sorriu em termos de saúde.
- Sim, nisso tens razão, mas tens de manter um espírito novo, liberto, virado para o presente, para o futuro e não viver com os olhos postos em águas passadas. Sabes daquele ditado? «Jamais a mesma água passa por debaixo da mesma ponte!»
- Sim, claro que conheço, mas não te esqueças que tem de chegar um momento qualquer da vida em que temos de ser capazes de fazer sínteses, súmulas, estancar períodos, fases, por forma a perceber a nossa própria evolução e concluir que há constantes em nós, coisas que se repetem.
- Olha, a conversa já está a descambar para o inteletual e eu disso não percebo nada. Não queres antes ir comer umas ervinhas?
- Acho que não gosto, mas, confesso, nunca provei. Vamos. Estou com fome e estes pensamentos ainda me abrem mais o apetite. Parece que não como há 50 anos! Mas... ainda voltando às súmulas...

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