sábado, 2 de janeiro de 2021

Mensagem facebuquiana de ano novo

Em cada ano novo que começa, temos por uso e costume modificar algumas coisas nas nossas vidas. Não era por acaso que dantes, simbolicamente, muita gente atirava pela janela mobílias velhas e outros monos diversos. Era uma forma de se desligarem de coisas que não lhes faziam falta e, pelo contrário, só lhes traziam atrapalhações desnecessárias; e também a afirmação de um (re)começo marcado por diferenças positivas.
As redes sociais, da forma como as encaro, têm a virtude excelsa de me possibilitarem fazer novas amizades - tenho conhecido pessoas admiráveis que, de outro modo, jamais tal teria sido possível.
Tudo isto, para além do contacto fácil e imediato com pessoas que me são afetivamente próximas, bem como a possibilidade de exprimir, através das minhas publicações, a pessoa que realmente sou.
Exprimo subjetividade, não crio bonecos de mim mesmo, ou falsas representações, como vejo muito por aí plasmado, nem reproduzo, em repeat, "frases fofinhas de famosos" e mensagens fantásticas de auto-ajuda e encorajamento - na maioria das vezes com atribuições de autoria completamente falsa e/ou inverosímil - pese embora, como é evidente, por assertividade e dois palmos de testa, que julgo possuir, não exponha as minhas misérias e fraquezas para sufrágio do público. Publico o que julgo poder ser mostrado.
O conteúdo dos meus postes ou são da minha autoria ou, caso contrário, os créditos estão sempre identificados. Aceito e vejo como um ato de liberdade individual, publicações com postes requentados, sempre de autoria alheia, retirados de sites propositadamente criados para gente sem imaginação criativa ou ineptidão para a expressão subjetiva.
Não me identifico com Humberto Eco, escritor italiano e inteletual de enorme craveira, que já não está entre nós, oligárquico e elitista assumido, quando, numa entrevista, acentuou a ideia de que "as redes sociais vieram dar voz aos imbecis"
Vivemos, pelo menos na parte ocidental do globo, num mundo democrático e o facto de as redes sociais terem dado a possibilidade a (quase) todos de terem um espaço para se exprimirem, foi o expoente máximo de uma das liberdades democráticas que mais aprecio: a liberdade de expressão.
Neste novo ano de 2021, irei continuar a desconectar "amizades" que não comunicam comigo, jamais interagem; ou, nos casos em que não existe, sequer, a remota possibilidade de um dia a virtualidade passar a um plano presencial - que é o único que realmente me interessa e traz sentido à vida.
Existe uma exceção que são as figuras públicas, que admiro, e cujas vidas (públicas) gosto de seguir. Para eles, serei sempre um "Escuta Zé Ninguém", um anónimo que eles, sem se darem conta, extasiam, mas que dispensa a existência do conhecimento pessoal.
Um bom ano para todos os amigos e amigas e desculpem esta minha franqueza. Sintam-se à vontade para me fazerem o mesmo. Tudo fica mais límpido.

Bem hajam!






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