Faz 15 anos que deixei a capital e as suas cidades satélites, onde também morei até aos 46 anos de idade. Dantes vinha cá com mais frequência e a cidade mudou imenso em pouco mais de uma década.
Hoje encontrei Lisboa chuvosa, cinzenta, mas com muitos transeuntes nas ruas, os restaurantes e as esplanadas cheias, as ruas e avenidas repletas de estafetas da Uber Eats, trotinetas e bicicletas elétricas, Táxis Uber, scooters de todos os tamanhos e feitios e até jovens a descer a Avenida da Liberdade em patins.
O paradigma do meio de transporte citadino mudou radicalmente; e eu diria para melhor. A consciência ecológica e a necessidade de fazer exercício físico, são hábitos salutares cada vez mais enraizados na população em geral e também nos lisboetas.
Para quem há muito tempo se habitou a viver numa cidade calma como Leiria, andar no bulício das ruas da Lisboa contemporânea, é quase uma experiência cinematográfica, tal o contraste e a diversidade de gente com quem nos cruzamos na rua. Em certas zonas da cidade é muito difícil encontrar um português nativo e cada vez mais o multiculturalismo se apoderou de bairros inteiros da capital.
A Lisboa do meu tempo praticamente já não existe, mas continuo a adorar a minha cidade preferida e não deixo de sentir um aperto no coração cada vez que estou aqui, tantas são as memórias e vivências que me ligam a ela.
A nostalgia é uma característica inevitável que forra as pessoas a partir de uma certa idade. Começamos a possuir muitas narrativas dentro da nossa memória, pois décadas de vida encerram um lote de histórias para contar.
Confesso que gostava muito mais da Lisboa do passado, apesar dos modernismos e facilitismos com que entretanto se apetrechou. Agora é uma cidade diferente, em constante mutação, onde pulula o alojamento local, os starbucks, uma massa imigrante em crescendo, o turismo massivo e a reabilitação constante dos edifícios do casco histórico com vista à sua maior rentabilidade.
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