quarta-feira, 15 de junho de 2022

Dos afetos



Um amigo meu dizia-me que as amizades têm um prazo de validade, e que por vezes encontramos um indício de que esse prazo chegou ao seu termo.

É preciso então agir? Ou a amizade morre por si mesma? E devemos perder uma amizade por causa de uma teoria da amizade?

Eu penso que os afetos, não importa a sua ordem, devem ter um tratamento idêntico àquele que damos à comida dos periquitos: não é precisar andar sempre a pôr alpista no comedouro, mas, com alguma frequência, devemos soprar as cascas das semente secas, por forma a deixar a descoberto o importante.

Assim devemos lidar com o afeto: não sufocar o outro, gostar sempre, manifestar isso mesmo, mas não tomar atitudes de cobrança.

Muitas amizades novas são claramente fruto de circunstâncias da nossa vida, pessoas que, de algum modo, começaram a fazer parte de nós, mas acredito, sim, em afetos imorredouros.



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