terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

As dificuldades de um músico imberbe

Em estilo twitter, venho aqui à folha informar que estou a descansar os dedos por uns minutos - as falanges estão quase em sangue! -, após ter estado na guitarra a treinar os acordes Dó, Lá Menor, Ré Maior e Sol. O Ré Maior é o mais complicado, mas o Dó é o que mais faz doer a ponta dos dedos. O exercício proposto pelo professor para treinar durante a semana, consiste em conseguir fazer estes acordes seguidos, com o ritmo e o tempo que ele ensinou, o que resulta numa música simples e bonita. Caso a conseguisse tocar toda de uma vez, sem me enganar, já ficaria bastante contente. Mas estou a ver o caso mal parado... Será que não haverá guitarras com cordas de cabelo humano ou outra coisa assim suave? Ou as falanges dos dedos da mão esquerda ganham rapidamente calos, como toda a gente me afiança, ou terei de encostar a minha Daytona a um canto, pois preciso dos dedos intactos para teclar o dia inteiro no computador, coisas chatas e formulares - o meu ganha pão. Mas, pensando bem, não deve ser impossível, a um jovem da minha idade, aprender a tocar alguma coisita; e, sobretudo, ultrapassar estas dores impossíveis provocadas pela pressão do aço das cordas na carne. Uns dizem que é por causa das cordas serem novas, outros dizem que passado um mês já tenho calos e a dor passa.  Sei que não sou diferente dos outros; posso, sim, ter  umas mãos muito delicadas - umas mãos de menino, como me dizem - mas sei que vou ultrapassar a questão. Hoje, um jovem aluno riu-se quando me viu aflito com dores nos dedos, e garantiu-me que nas primeiras vezes que começou a pisar as cordas da guitarra, ficou com a ponta dos dedos em sangue, mas depois tudo passou e  hoje já não lhe dói nada. Olhei para ele, depois para as minhas mãos, e fiquei horrorizado. Essa perspectiva de vincar os dedos no aço até deixá-los em sangue, não me agrada mesmo nada. Sei que estou a ficar obsessivo com esta coisa da dor intensa nas falanges, mas espero que o prazer prevaleça e o sacrifício valha a pena. Para já, estou a gostar de tudo: do ambiente familiar, do contacto com uma nova linguagem, até então totalmente estranha para mim, e da possibilidade de um destes dias poder vir a tocar  músicas do meu agrado. Além do mais, a minha guitarra é tão gira que seria uma pena ficar metida dentro de um saco, sem a utilização para a qual foi concebida. Não, não vou desistir, ainda que os dedos me doam... mas onde é que já li isto?

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