quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Eu (não?) nasci para a música

Comecei a aprender a tocar guitarra acústica e também estou inscrito no órgão à espera de vaga. Deu-me para isto, mas é certo que me podia ter dado para pior. Ainda só tive uma aula mas já adquiri uma guitarra toda catita. Trata-se de uma  "Daytona" em madeira lacada, cor de pérola, com pré amplificação e afinador integrado. Talvez demasiado preciosa para alguém que ainda só agora aprendeu as notas correspondentes às diversas cordas da viola e a sua correspondência internacional em letras do alfabeto. Mas, com afinco, espero dentro de alguns meses estar ao nível de um Joe Satriani. Para já ainda só sinto as pontas dos dedos a esfolar e em vias de ficar em carne viva, mas já me garantiram que depois deste massive atack, ganham-se uns calos maravilhosos nas falanges e depois é sempre a aviar. A ver vamos. Estive indeciso entre uma viola clássica, com cordas de nylon, e uma viola acústica, com cordas de aço. Acabei por me decidir por esta última, pois tem uma sonoridade muito mais brilhante, apesar de fazer doer as falanges dos dedos como eu nunca imaginei. Já consigo, pasme-se!,  fazer um acorde em Lá menor e um acorde em Dó maior e mudar de um acorde para o outro quase sem me enganar. Aprendi também que existem tons e meios tons entre as notas, sendo que entre o Mi e o Fá, bem como entre o Si e o Dó, existem meios tons e não tons, como entre as restantes notas.

O meu professor usa vários brincos nas orelhas, veste-se de negro, usa óculos e tem uma tatuagem no pescoço. Disseram-me que é guitarrista numa banda musical, para além de dar aulas de guitarra. Trata-me reiteradamente por senhor - esta coisa da "proveta idade", aos olhos dos outros, nunca perdoa - e eu estou sempre a corrigi-lo para lhe dizer que me pode tratar por tu e pelo meu nome, mas não passam mais de cinco minutos lá está ele outra vez com o senhor. Com este tipo de tratamento como é que eu me vou entender com este guitarrista com créditos firmados? Já lhe disse que ele me faz sentir o avô cantigas que se decidiu um dia ser músico e aprender a tocar violão. O maganão ri-se mas, passados uns momentos, lá está ele  outra vez com o senhor Jorge. Se ao menos me tratasse por Seu Jorge... A ver vamos como é que as coisas vão correr daqui para diante. Para já estou a descansar as pontas dos dedos. Só tenho uma aula por semana e tem-me custado imenso escrever no teclado do computador, actividade que tenho de prosseguir diariamente por dever profissional. Mas lá diz o ditado: burro velho não aprende línguas; mas será que consegue aprender música? O futuro o dirá.

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