segunda-feira, 14 de março de 2011

Braga e o travo da amizade

Braga - Casarão cujo nome ignoro 1 - Março 2011
Braga - Casarão cujo nome ignoro 2 - Março 2011
Braga - Casarão cujo nome ignoro 3 - Março 2011
A imagem legítima de Braga à noite - Março 2011
A gaivota no cimo do candeeiro (foto 'surreal', a pedido)

  Apúlia - Março 2011
 
Caminho de Praia - Apúlia - Março de 2011


Este fim-de-semana que passou, apesar do tempo chuvoso, pouco convidativo a viagens e mais propenso a  quedar-me no recato do lar numa preguiça sem fim, fiz-me à estrada rumo ao Minho, mais propriamente à cidade de Braga. O objectivo mais que justificava a viagem, pois tratava-se do encontro há muito prometido com uma pessoa amiga. E, para além da agradabilidade da companhia, também o passeio acabou por se revelar frutuoso, pois serviu para que conhecesse terras litorais, afastadas dos meus trajectos habituais, tais como Fão, Apúlia, Ofir, entre outras que agora não me vêm à memória, e provar algumas iguarias que se degustam lá para o norte. Mas o prato forte da visita foi mesmo a companhia, pois quando nos sentimos bem perto de alguém, todos os ambientes são acolhedores, uma vez  que somos nós os seus  principais fautores. Um pouco tarde na vida, já adultos, fazemos amigos por zonas de interesse e ocupação. Desejamos que os nossos amigos tenham gostos e projectos de vida que encaminhem as coisas de forma fluída para objectivos que nos interessam e nos fazem sentido. Na vida, os amigos vão sendo cada vez mais conjunturais, mais fruto das circunstâncias, mas obrigatoriamente pessoas pelas quais tempos empatias e alguns gostos comuns. Mas são, sobretudo, pessoas pelas quais conseguimos sentir ternura e estima, bem como a confiança suficiente para as elegermos como repositório das nossas confidências. Quando a vida dá para o torto, quando os empregos falham, os divórcios acontecem, as relações amorosas soçobram e tudo se baralha dentro de nós, carecemos de ter amigos. Amigos na acepção da palavra e não meros conhecidos. Descobrimos, infelizmente, o mais das vezes, que nem todos os amigos são para as ocasiões e acabamos  sempre por rever em baixa aqueles que o são de verdade. No entanto, fica sempre a esperança, a última a morrer, de que a verdadeira amizade ainda exista, mesmo que recôndita, nos tempos impiedosos que correm, como uma lamparina bruxuleando, expectante que a chama do gostar de gostar de alguém alente a sua luz.

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