quarta-feira, 11 de abril de 2012

Toulouse- Lautrec

As "folies" à entrada do Moulin Rouge
Lautrec sempre foi dos pintores que mais me fascinou. Talvez que a sua vida devassa e curta, vivida durante a época áurea do decadentismo, na cidade europeia império do vício, tivesse afilado o meu imaginário, mas não recordo nenhum artista que tão intensamente tivesse retratado o seu próprio quotidiano como ele. Ainda hoje são famosos os cartazes anunciadores de espetáculos, por si ilustrados, e que sempre constituíram a sua fonte primária de sustento.

Toulouse-Lautrec, nasceu em 1864 e faleceu em 1901, pouco depois da viragem do século. Foi ilustrador, cartonista, retratista, pintor e a sua imersão absoluta na sórdida e teatral Paris do final do século XIX,  foi sempre a musa inspiradora da sua obra. Lautrec vivia em Montmartre e dedicava parte do seu tempo a retratar a vida no Moulin Rouge e noutros cabarets parisienses, bem como dos bordéis imundos, onde de resto era presença assídua. Alegadamente, terá vivido longos períodos em lupanares, como amante e confidente de prostitutas, onde contraiu sífilis. Alcoólico profundo, acabou por morrer cedo, ainda antes de ter completado 37 anos de idade, face ao acumulado dos problemas de saúde de que padecia. Foi um "filho de boas famílias", míope, com o pé boto e estatura de pigmeu, que se auto excluiu de quaisquer  mundos que não fossem girândolas cor-de-folia. Cumpriu o fatalismo de outros tantos seres geniais: viver a vida como uma estrela cadente e esvair-se cedo.

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