Encontro sempre na pitoresca São Pedro de Moel uma das praias mais fantásticas de Portugal, abrigada numa concha de casario cheio de bom gosto e de ar aristocrático. E num dos meus passeios, na réstia de um final de tarde, apeteceu-me absorver a maresia e perder o olhar na imensidão do mar azul profundo.
Junto ao recorte inconfundível do Farol da Saudade, rodeado pela infinidade das praias desertas, do vento que soprava forte, pensei no poeta e imaginei-o com o olhar pousado na gaze transparente das nuvens e nas fagulhas argênteas que saltitavam da crista das ondas.
Afonso Lopes Vieira, há muitos anos atrás, foi o homem que mais amou este Éden sagrado onde a saudade agora me fez voltar. É um lugar onde se pode morrer à vontade, com os olhos postos nas últimas glórias do sol-posto, acompanhado pelos clarões rosados que esmaecem no horizonte, não conseguindo resistir à opressão vitoriosa da noite que rapidamente chega...
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