quinta-feira, 28 de abril de 2011

The Beatles - A primeira apresentação no 'Ed Sullivan Show' - 1964



Foi em Fevereiro de 1964, no 'Ed Sullivan Show', à época, um dos programas televisivos mais vistos nos EUA, que os Beatles fizeram a sua primeira actuação do outro lado do Atlântico. Na altura, foram vistos por quase 75 milhões de espectadores, no que ainda é hoje considerado o programa com a maior audiência de todos os tempos. Sullivan queria os Beatles no seu show dominical na CBS, mas achava que eles ainda não mereciam ser a atracção principal do programa. Epstein, o manager da banda, foi convincente nos seus argumentos e Ed Sullivan cedeu, mas com uma condição: os Beatles receberiam apenas um cachê simbólico para cobrir as despesas. Uma espectacular estratégia de propaganda espalhou anúncios, t-shirts, adesivos e até perucas dos Beatles pelos EUA, no que resultou num estrondoso sucesso comercial. Estudos feitos posteriormente, mostraram que as ruas ficaram desertas e o nível de delinquência baixou consideravelmente durante os sessenta minutos que durou o programa. Além disso, nenhum homicídio foi registado nos Estados Unidos durante o tempo que durou a sua apresentação e o país parou literalmente para acompanhar a exibição dos Beatles. No vídeo, que já não apresenta a qualidade original, por não ter sido sujeito a um 'remaster' - uma técnica hoje tornada banal, a par da digitalização -, observam-se adolescentes e mulheres adultas jovens, excitadas, aos gritos, completamente inebriadas pelos acordes das guitarras e pelos jogos de voz entre Paul, Harrison e Lennon. 

Nos EUA, os Beatles conheceram o clímax da sua internacionalização e com eles trouxeram um fenómeno, já visto no Reino Unido e em alguns países da Europa, que é o histericismo provocado pela sua música em algumas camadas de pessoas. Talvez Elvis Presley, nas suas interpretações 'ao vivo', com o tom quente e romântico da sua voz e aquela forma erotizada de dançar, que lhe era tão característica, - 'Elvis the Pelvis', como ficou conhecido em alguns meios -, tenha sido um dos primeiros interpretes a desencadear episódios histriónicos na assistência, mas nada que tivesse comparação com o que sucedia nas actuações dos Beatles.

John Lennon, numa entrevista que ficou famosa, à repórter Maureen Cleave, do Evening Standard, de Londres, caiu no extremo de proclamar a supremacia dos Beatles sobre o cristianismo. "Somos mais populares que Jesus Cristo", terá afirmado.

Como estas coisas do histerismo colectivo têm sempre réplicas ao longo dos tempos, consta por aí que um adolescente canadiano chamado Justin Bieber, ainda não faz muito tempo, andou por Liverpoll, a cidade natal dos Beatles, a provocar, ele também, surtos de histrionismo colectivo entre as adolescentes inglesas. No caso de Bieber, tal como acontecia com os Beatles, não é de todo despiciente menosprezar o 'poder da franja'. E Justin já lançou uma moda que tem feito a delícia dos oftalmologistas e das Ópticas: uma geração pitosga que já só lhe resta soprar para cima, cada vez que quer enxergar alguma coisa que se passe em seu redor. Todas as épocas, idades e gerações, têm os seus mitos e os seus heróis, e assim será sempre, mas ainda está para nascer uma banda  musical capaz de chegar àquilo em que os Beatles se tornaram: o agrupamento musical mais famoso de todos os tempos.

 

Sem comentários:

Enviar um comentário