sexta-feira, 1 de abril de 2011

Pela boa disposição

Já reparei que ultimamente ando mais simpático, mais bem disposto, e que essa minha novel atitude tem um efeito positivo nas pessoas em geral, conhecidas ou não, que me devolvem sorrisos e doçuras, atitudes que dantes não aconteciam com esta frequência. Será que, aos poucos, ando a recuperar a minha capacidade de sorrir? Por vezes, surpreendo-me a mim mesmo e tenho quase a certeza que tudo se deve ao efeito de umas pílulas mágicas que recentemente comecei a tomar. Não vou dizer o nome das mesmas, porque não sou pago para fazer publicidade a laboratórios farmacêuticos, nem quero correr o risco de haver muita gente a querer que lhe prescrevam a mesma medicação. Para além de criar a possibilidade de o stock vir a esgotar no mercado e inflacionar o preço do produto, também não tinha graça nenhuma se andássemos todos bem dispostos. Depois, como é que eu me podia sentir diferente? A questão da felicidade é redonda como todas as questões pejadas da subjectividade própria dos mortais, inundada das expectativas que conseguimos, arvorada em lanterna que nos guia e conduz numa certa direcção. Há uma certa ideia de felicidade que nos alimenta e nos dirige, que nos serve de escudo protector às contrariedades quotidianas, que nos amortece o impacto das frustrações que nos atingem, que nos conduz para alvos, ainda que discretos, onde julgamos ficar o encontro que merecemos. Curiosamente o facto de alguém 'ter tudo para ser feliz' e não o ser, informa-nos que ser feliz é muitas vezes uma questão de capacidade e de atitude, mesmo que alguns insistam que dá Deus nozes a quem não tem dentes e se irritem com tanto desperdício e estragação. Há certos tipos de patologias que precisam da ajuda de químicos e, como se sabe, a serotonina é um neurotransmissor que existe naturalmente no nosso cérebro, responsável pela comunicação entre os neurónios. Esta comunicação é fundamental para a percepção e avaliação do meio que nos rodeia, e para a capacidade de resposta aos estímulos. E quantas vezes a infelicidade não é senão uma insuficiente presença dessa substância "mágica", que nos concede calma e bem-estar, melhora o nosso humor e inibe a depressão? Dizem os adeptos das 'medicinas alternativas', avessos aos químicos, que alguns alimentos como a banana, o tomate e o tão desejado chocolate nos fornecem o precursor da serotonina. E algumas acções como beijar, fazer sexo ou apanhar sol, são igualmente anti-depressivos naturais. Na ausência de algum destes componentes, ou na impossibilidade de os termos à mão, ficamos pelo possível, ainda que o ideal fosse tê-los todos juntos, para uma mais eficiente terapia. Se uma colher de xaropada faz bem, então é tomar o frasco inteiro.

Sem comentários:

Enviar um comentário